segunda-feira, 19 de março de 2012

Educação Financeira

CONTROLANDO SEU ORÇAMENTO – EDUCAÇÃO FINANCEIRA (3)

            Muitas pessoas já ouviram falar de algumas máximas. Cito, inicialmente, a de que “as pessoas passaram a valer pelo que têm e não pelo que são”. Tenho ouvido falar na sua derivação que é: “antes as pessoas valiam pelo que eram, depois passaram a valer pelo têm e agora valem pelo o que aparentam ter”. Bem, se isso é uma verdade, depende da experiência de vida e avaliação de cada um. O que quer dizer que em alguns contextos isso é visto como um fato.
            Uma pergunta. Quem não conhece alguém que já gastou o dinheiro que não tinha para comprar o que não precisava?  Já ouvi, inclusive, a seguinte máxima: “fulano gastou o dinheiro que não tinha para comprar algo que não precisava para impressionar quem ele não gostava”. É triste, mas muito de nós conhecemos alguém que já praticou algo semelhante.
            O fato é que práticas em torno desses comportamentos, que dizem respeito aos hábitos de consumo e gastos de dinheiro para atender, normalmente, necessidades superficiais, para não dizer fúteis, levam a se fazer dívidas e conduzem as pessoas ao endividamento. O endividamento é decorrente de atitudes inadequadas com os limitados recursos financeiros e da falta de um planejamento e de uma organização do orçamento pessoal / familiar.
            Inicialmente, no texto (2), eu apresentei algumas formas de se organizar a vida financeira por meio de um planejamento orçamentário, utilizando-se planilhas. Agora, mencionarei algumas dicas para se evitar e resgatar dívidas, a fim de se permitir começar uma vida financeira com perspectivas de futuro e atingir metas que contribuam para a melhoria da qualidade de vida.
Ø      RELACIONE TODAS AS SUAS DÍVIDAS – Procure delinear suas dívidas, de preferência, montando uma tabela contendo a origem (credor e objeto), data de início, data prevista de término, valor da taxa de juros, parcela mensal e valor total. A partir daí, tendo uma dimensão do total da dívida você terá condições de definir suas prioridades para saldá-las.

Ø      NÃO ESCONDA A SUA DÍVIDA – A sua dívida também diz respeito à sua família e às pessoas que te querem bem. Portanto, assuma-a perante seus entes queridos, eles devem participar da sua missão de se livrar dela, dando apoio emocional e sendo cúmplice, quando necessário, nas atitudes econômicas a serem adotadas.

Ø      ENCONTRE AS ATITUDES ECONÔMICAS A SEREM ADOTADAS – Todas as despesas que não são essenciais para a manutenção pessoal / familiar devem ser consideradas como suprimíveis, considerando-se todo o esforço, necessário, empreendido para a eliminação das dívidas. Dívidas são negativas e dilapidam o orçamento familiar, impedindo a melhoria da qualidade de vida das famílias. Pode-se obter economia com pequenas atitudes. Pense: “A luz que você apaga, você não paga”. Isso não quer dizer para vive no escuro dentro de casa, quer dizer: “não deixe cômodos vazios com a luz acessa”. Evite desperdiçar água, luz e procure sempre os pacotes mais econômicos das operadoras telefônicas. Há diversos excessos que podem ser cortados em prol de se reduzir e eliminar dívidas. Pode-se sugerir para de fumar - para aqueles que fumam -, cortar choppinhos, refeições fora de casa, entre outras atitudes, mas cabe a cada um relacionar as suas despesas, como abordado no texto (2) e verificar os possíveis cortes e reduções – “cada um sabe onde o seu calo aperta”. Como diz o economista e planejador financeiro Marcos Silvestre*, “É melhor fazer um rebaixamento intenso da qualidade de vida de forma planejada a fazê-lo de maneira forçada mais à frente”.

Ø      AVALIE SUAS CONDIÇÕES PARA PAGAR AS DÍVIDAS – Feito o levantamento de atitudes econômicas possíveis de serem adotadas e delineadas as despesas que podem ser suprimidas ou reduzidas, restará verificar o quanto do orçamento pessoal/familiar poderá ser destinado ao pagamento das dívidas. Muitas empresas e órgãos públicos utilizam o conceito de margem consignável. Essa margem é o que eles entendem que poderia ser comprometido com despesas não imprescindíveis, como descontos em folha para pagamento de empréstimos com instituições financeiras. Dessa forma, fica a sugestão de não se comprometer com mais de 30% dos rendimentos mensais para pagamento de dívidas, apesar da ansiedade em acabar com elas. A não ser, é claro, que haja disponibilidade no orçamento, como veremos nas dicas do próximo texto.

* economize.blog.br/tag/marcos-silvestre/

sexta-feira, 9 de março de 2012

CONTROLANDO SEU ORÇAMENTO – EDUCAÇÃO FINANCEIRA (2)


            Quantas vezes já se foi ao mercado ou supermercado para uma pequena compra, itens baratos que não passam de R$ 5,00, e se imaginava que ficaria em torno de R$ 50,00 e quando passa pela caixa resulta uma conta maior que R$ 100,00?  Isso é comum, pois se cria expectativa e, se não se soma (entenda-se controlar) item a item, se prende ao que se pensava que seria o total, mas a realidade acaba sendo diferente.
            No campo financeiro, deve-se ter referências claras para não se perder. O nosso orçamento, normalmente, não acompanha as nossas vontades, as quais nem sempre estão em harmonia com a realidade financeira.
            O que seria uma referência para não se perder em relação à realidade financeira? Uma sugestão, que é a melhor forma de se buscar o equilíbrio da vida financeira, é elaboração de um orçamento pessoal/doméstico ou de um fluxo de caixa, seja por meio de um caderno, folha ou por meio de uma planilha eletrônica (para quem tem disponibilidade). O resultado é a montagem de uma planilha orçamentária ou de fluxo de caixa. Independente da forma como será realizado, o importante, na planilha, é a separação das receitas e das despesas previstas. E, para se perceber melhor a situação da realidade financeira, se recomenda discriminar todas as possíveis receitas, tais como: salários, aluguéis recebidos, dividendos de poupanças, prêmios em dinheiro etc; e se relacionar todas as despesas, sejam elas fixas ou variáveis, por grupos ou categorias conforme modelo que se segue ao texto.
            Uma planilha seja eletrônica ou não, com a categorização das despesas, certamente auxiliará o planejamento pessoal e familiar. Desta forma será possível visualizar de forma organizada as necessidades pessoais e do lar e perceber possibilidades de redução de gastos, priorizando-se, sempre, as despesas mais importantes.
            Além da planilha a seguir, sugere-se, também, consulta à planilha proposta pelo sítio da Bolsa de Valores de São Paulo: www.bmfbovespa.com.br/planilhapessoal.
           
                           Definição de Necessidades: Fluxo de Caixa
Nome:



Projeção de Resultados Pessoais atuais e para os próximos 12 meses
Renda
Mensal R$
Eventual R$
Anual R$
Salário líquido



Férias



13o. Salário



Prêmio



Pensão



Renda de aluguel



Outras



Total de Renda
0,00
0,00
0,00
Item
Despesa
Despesa
Despesa

Mensal R$
Esporádica R$
Anual R$
Despesas



1. Moradia



Aluguel ou prestação



Obra/manutenção



Condomínio



IPTU



Luz



Gás



Água



Telefones fixo



Telefones celular



Total Despesas Moradia
0,00
0,00
0,00
2. Alimentação e limpeza



Supermercado



Feira



Padaria



Lanches/Restaurantes



Total Alimentação
0,00
0,00
0,00
3. Transporte/locomoção



Ônibus e metrô (extra c/ch)



Combustível



Mecânica / consertos



Seguro carro/ IPVA



Estacionamento/ Pedágios



Total Transporte
0,00
0,00
0,00
4. Educação e Capacitação



Mensalidade Escolar



Cursos (inglês, computador)



Livros e material escolar



Uniformes



Total Educação
0,00
0,00
0,00
5. Despesas Pessoais



Roupas/calçados/acessórios



Cabeleireiro



Jornal/revista/livros



Total Despesas Pessoais
0,00
0,00
0,00
6. Saúde



Plano de Saúde



Médicos sem reembolso



Dentista



Medicamentos



Academia/Esporte



Total Saúde
0,00
0,00
0,00
7. Lazer



Passeios



Cinema/teatro/aluguel filmes



Internet / TV a cabo



Total Lazer
0,00
0,00
0,00
8. Presentes e Mesadas



Mesada dos filhos



Presentes - família e amigos



Total Presentes
0,00
0,00
0,00
9. Dívidas/prestações/IR



Prestação da financeira



Prest. Empréstimo bancário



Multas/juros atraso contas



Prestação carro



Juros do cartão de crédito



Anuidade do Cartão de crédito



Prestação em lojas



Tarifas bancárias



Total Dívidas/prestações/IR
0,00
0,00
0,00
10. Doações



Dízimos, caridade, outros



Total Doações
0,00
0,00
0,00
11. Poupança (sonhos)



Poupança



Fundos de Previdência



Outros



Total Poupança
0,00
0,00
0,00
Total das Despesas
0,00
0,00
0,00




Fluxo de Caixa



Renda - Despesa
                  -  
                   -  
                      -